quinta-feira, 26 de março de 2009

Conferência Nacional de Educação – qual será o centro do debate?

“Qualquer pessoa que se recuse a assumir
a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças,
e é preciso proibi-la de tomar parte em sua educação.” (Hannad Arendt)

Hannad Arendt, filosofa alemã, em seu artigo “A crise da educação”, afirmava que ter responsabilidade pelo mundo assume, na contemporaneidade, a forma de autoridade, fato este que deve ser reconhecido para muito além da qualificação ou da capacitação. Talvez esta seja uma das explicações para o atual estado da educação pública brasileira – ausência de autoridade legítima ou total falência da responsabilidade coletiva sobre o ato de educar as novas gerações. E é interessante relacionar este pensamento ao fato histórico da convocação da Conferência Nacional de Educação – Conae, que tem como tarefa central a construção do sistema nacional integrado, além de debater o novo Plano Nacional de Educação – PNE.

O objetivo proposto pela Conae não é nenhuma novidade, pois esta tem sido a pauta principal do movimento progressista em educação no Brasil. É possível identificar na história ressente da República a legitimação de interesses privados em detrimento do bem público, e lógico, que a educação pública também esteve permeada por este enfoque.

Há no sistema educacional brasileiro uma forte contradição. A escola de massas que se consolidou nas últimas décadas permanece distante da formação necessária que o próprio sistema capitalista coloca como condição essencial à formação do homem ativo, produtivo e integrado. Neste sentido, nos ofereceram duas alternativas para elegermos um culpado para o fracasso da educação brasileira. O primeiro trata de responsabilizar a escola, pois diz-se que esta encontra-se despreparada para educar, instruir e profissionalizar. De outro lado, a própria escola trata de culpar a sociedade por esta ter se desresponsabilizado pela educação de seus filhos, ou ainda, de forma mais imediatista, trata de eleger o aluno como desinteressado, incapaz e problemático.

Em meio a tudo isso a questão da autoridade surge como um alerta social capaz de enfrentar esta falsa contradição. A escola tem sido o primeiro canal de relação da criança com o mundo. No entanto, a escola não é, de modo algum, o mundo e jamais deverá sê-lo. Assumir autoridade é um primeiro passo para esse resgate. Como dizia Arendt, “quanto mais radical se torna a desconfiança face à autoridade na esfera pública, mais aumenta, naturalmente, a probabilidade de que a esfera privada não permaneça incólume.” Portanto, é preciso resgatar a autoridade pública frente aos desafios de educar uma nação. Não nos será permitido relegar somente à escola o papel de educar nossos filhos. Para tanto, o Estado (não o governo) deve assumir para si o resgate da autoridade e, assim, ser capaz de responsabilizar também a sociedade para tal.

É nisto que se fundamenta a necessária ação articulada do campo progressista na Conferência Nacional de Educação. Precisamos restabelecer os atores e apontar os papéis corretos para que a educação pública assuma a sua real tarefa, pois é nela que reside “o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele”. (Arendt)

Responsabilizar-se é, neste sentido, delegarmos com clareza o papel do Estado, da sociedade e da escola frente à educação e aprendizagem. E isso não será feito se o palco propício para isto se tornar objeto de disputas corporativas incapazes de identificar o centro do embate: a ampliação da educação e a sua tarefa pública frente aos interesses privados e fragmentados que permeiam esta discussão, resgatando o citivas mundi, onde a educação assuma a formação do sujeito “mundanizado”, ativo, liberado de vínculos e ordens e crítico frente aos desafios de seu tempo.

Márcio Cabral, estudante de Pedagogia da UNIFESP, membro da Executiva Nacional da UJS e da coordenação do movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade

sexta-feira, 20 de março de 2009

Movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade vence eleições do DCE da UNIP em São Paulo

Terminou na noite desta quinta-feira a eleição da nova diretoria do DCE da Universidade Paulista (UNIP) da capital. A chapa "Da Unidade Vai Nascer a Novidade", apoiada pela UJS, venceu o pleito, obtendo cerca de 5700 votos.

O primeiro desafio dos novos componentes do Diretório Central de Estudantes será organizar a participação no Coneg da UNE e a recepção de estudantes de todo o país, já que serão os enfitriões do evento que acontecerá unidade Paraíso da UNIP, nesse final de semana.

O processo eleitoral abrangeu os campus Paraíso, Vergueiro, Norte, bacelar, Cidade Universitária, Anchieta, Chácara Santo Antônio, Pinheiros e Tatuapé, demonstrando a força e a capilaridade do movimento estudantil nesta universidade. Em número de alunos, a UNIP é uma das maiores instituições privadas de ensino do país.

A União da Juventude Socialista apresentou várias lideranças para a composição da chapa, dentre elas os estudantes Marcelo Freitas, Jardel e Márcio Bico. Bico, estudante de jornalismo do campus Paraíso e membro da direção municipal da UJS, foi escolhido para presidir a nova gestão.

"Nós, alunos da UNIP, estamos muito felizes por receber estudantes de todo o país nesse CONEG da UNE. Será para nós uma grata responsabilidade. Tarefa ainda maior, e que pretendemos cumprir com muito trabalho e dedicação, é a organização de uma grande delegação de estudantes da UNIP para participar do Congresso da UNE. Queremos que seja a maior mobilização já feita pela UNIP da capital para uma atividade da UNE", aponta o presidente eleito.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Coneg: "O Congresso da UNE já está na rua"

Nos dias 21 e 22 de março acontecerá o Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) da UNE, na cidade de São Paulo. A reunião de UEEs e Diretórios Centrais de Estudantes definirá a data, o local e convocará oficialmente o 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes. O encontro também elege a Comissão Nacional de Credenciamento e Organização (CNCO) e aprova o regimento interno do Congresso.

São esperados DCEs de universidades públicas e particulares de todo o país. As entidades cadastradas já estarão em condições de realizar o processo de eleição de delegados em suas universidades. No caso de instituições de ensino que não tiveram representação estudantil no Coneg, o processo poderá ser desencadeado a partir de uma comissão de estudantes que coordenarão as eleições no local.

"O processo de Congresso, na realidade, já começou quando realizamos um grande e vitorioso Coneb e construímos o Projeto de Reforma Universitária da UNE. Mas agora, depois do Coneg, tem início o processo de eleição de delegados propriamente dito. O Congresso toma às salas de aulas, os ambientes da universidade", diz Márcio Cabral, diretor de Movimento Estudantil Universitário da UJS.

O movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade, do qual a UJS participa, está mobilizando uma grande delegação de entidades para o evento. "Nosso movimento já realizou intenso processo de debates com os Centros Acadêmicos e agora faz o mesmo com os DCEs. Vamos com toda a força construir a maior mobilização da história dos Congressos da UNE. O Congresso da UNE já está na rua", aponta.

De São Paulo,

Fernando Borgonovi

sexta-feira, 6 de março de 2009

UJS convoca a ENUNI 2009

A coordenação nacional do Movimento "Da unidade vai nascer a novidade" e a União da Juventude Socialista já definiram a programação do nosso Encontro Nacional de Universitários - ENUNI 2009.

Em breve estaremos disponibilizando o Texto Base do Econtro e estão convidados todos os militantes da UJS e do movimento estudantil universitário.
O Encontro ocorrerá nos dias 23 e 24 março em São Paulo. Maiores informações pelo e-mail:


ENCONTRO NACIONAL DE UNIVERSITÁRIOS – ENUNI 2009
“Da unidade vai nascer a novidade”
São Paulo – 23 e 24 de março de 2009


Programação:

23/03 - segunda-feira

9 horas – Capitalismo em crise e a nova luta pelo socialismo
Painelista: Renato Rabelo (Vice-Presidente da UNE gestão 1966/1967 e atual Presidente do Partido Comunista do Brasil)

12 horas – Almoço

14 horas – Enfrentar a crise – o papel do movimento juvenil brasileiro
Painelistas: Danilo Moreira (Diretor da UNE nas gestões 1999/2001 e 2001/2003), atual Presidente do Conselho Nacional de Juventude – Conjuve; Marcelo Brito (Gavião) Presidente Nacional da UJS

16 horas – Debates em Grupos

18 horas – Jantar

19 horas – Os 25 anos da construção da UJS no movimento estudantil
Painelista: Ricardo Abreu (Alemão) – Diretor da UNE nas gestões 1989/1991 e 1991/1992; ex-Presidente Nacional da UJS
Debatedores: Waldemar Manoel Silva e Souza (Vice-Presidente da UNE 1989/1991) e Julio Vellozo (Diretor de Movimento Estudantil da UJS de 2003 a 2007)

21 horas – Atividade Cultural


24 de março - terça-feira

9 horas – Da unidade vai nascer a novidade – o Projeto Estratégico da UJS no movimento universitário
Debatedores: Lúcia Stumpf – Presidenta da UNE e Márcio Cabral – Diretor de Movimento Universitário da UJS

10:30 horas – Debates em Grupos

12 horas – Almoço

14 horas – Plano de Ação da UJS para o movimento universitário
Apresentação: André Tokarski – coordenador do Coletivo da UJS na UNE
Debate em Plenário

18 horas - Encerramento