sábado, 29 de novembro de 2008

Cordel do Fogo Encantado confirma presença na 6ª Bienal da UNE

A banda que mistura teatro, música e poesia se apresenta dia 22

Trabalhando a todo vapor, a coordenação da 6ª Bienal de Cultura da UNE, que acontece entre os dias 20 a 25 de Janeiro do ano que vem, em Salvador, está fechando um ciclo de participantes do mais alto quilate da cultura brasileira.

Um dos primeiros grupos a confirmar presença nesta edição que terá o tema "Raízes do Brasil: formação e sentido do povo brasileiro" é Cordel do Fogo Encantado. A banda se caracteriza pela fusão de ritmos como Reisado, Toré, Samba de Côco e o Afro com poesia, que faz a ligação de todo o espetáculo. O show será o terceiro acontece dia 22 de janeiro.

De acordo com o diretor de cultura da UNE, Rafael Simões, a presença da banda é mais um atrativo para sexta edição da Bienal. "São artistas que fundem diversas áreas artísticas e tem grande destaque na região nordeste. Eles tem a cara desta Bienal".

Cordel do Fogo Encantado
Em 1997 nascia o espetáculo Cordel do Fogo Encantado. Na formação, Lira Paes, Clayton Barros e Emerson Calado. Por dois anos, o espetáculo, sucesso de público, percorreu o interior do estado.

Em Recife, o grupo ganhou mais duas adesões que iria modificar sua trajetória: os percussionistas Nego Henrique e Rafa Almeida. No carnaval de 99 Cordel do Fogo Encantado se apresenta no Festival Rec-Beat e o que era apenas uma peça teatral, ganha contornos de um espetáculo musical. Ao lirismo das composições somou-se a força rítmica e melódica dos tambores de culto-africano e a música passou a ficar em primeiro plano.

A estréia no carnaval pernambucano mais uma vez chamou a atenção de público e crítica e o que era, até então, sucesso regional, ultrapassou as fronteiras, ganhando visibilidade em outros estados e o status de revelação da música brasileira.

Na formação, o carisma e a poesia de Lira Paes, a força do violão regional de Clayton Barros, a referência rock de Emerson Calado e o peso da levada dos tambores de Rafa Almeida e Nego Henrique. Cordel do Fogo Encantado passa a percorrer o país, conquistando a todos com suas apresentações únicas e antológicas.

As apresentações da banda surpreenderam a todos não somente pela força da mistura sonora ousada de instrumentos percussivos com a harmonia do violão raiz. À magia do grupo que narra a trajetória do fogo encantado, soma-se a presença cênica de seus integrante e os requintes de um projeto de iluminação e cenário.

Em 2001, com produção do mestre da percussão Nana Vasconcellos, Cordel do Fogo Encantado se fecha em estúdio para gravar o primeiro disco, que leva o nome da banda. A evolução artística amplia ainda mais o alcance do som do grupo que, mesmo atuando independente, ganha mais público e atenção da mídia, por onde passa.

Com turnê que passou pelos mais remotos cantos do país, um ano depois, em 2002, o grupo volta para o estúdio para gravar o segundo trabalho: O Palhaço do Circo Sem Futuro, produzido por eles mesmo, de forma independente. Lançado no primeiro semestre de 2003, o trabalho foi considerado pela crítica especializada um dos mais inventivos trabalhos musicais produzidos nos últimos anos.

E Cordel do Fogo Encantado ganha projeção internacional, com apresentações na Bélgica, Alemanha e França. Entre os prêmios conquistados pela banda estão o de banda revelação pela APCA (2001) e os de melhor grupo pelo BR-Rival (2002), Caras (2002), TIM (2003), Qualidade Brasil (2003) e o bi-campeonato do Prêmio Hangar (2002 e 2003).

No cinema, a banda participou da trilha sonora e do filme de Cacá Diegues, "Deus É Brasileiro". Nas brechas das turnês, Lira Paes marcou presença também na trilha sonora de "Lisbela e o Prisioneiro", de Guel Arraes, na qual interpreta a música "O Amor é Filme".

Em outubro de 2005 Cordel do Fogo Encantado lançou o DVD "MTV Apresenta", o primeiro registro audiovisual da banda. "Transfiguração", terceiro disco lançado em setembro de 2006, vem borrar ainda mais a linha de fronteira entre as artes cênicas e a música. Pela primeira vez o grupo faz primeiro o registro sonoro para então se dedicar à criação do espetáculo. Com produção de Carlos Eduardo Miranda e Gustavo Lenza e mixagem de Scotty Hard, Cordel do Fogo Encantado se firma como um dos grupos mais representativos da cena independente

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Projeto da Meia-entrada segue gerando debates

Para Haddad, projeto sobre meia-entrada precisa ser reformulado


O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (27) que o projeto de lei que regulamenta a cobrança da meia-entrada em shows e espetáculos teatrais precisa de reparos. Segundo ele, o texto, da forma como está, não assegura o direito dos estudantes.


O PL aprovado essa semana pela Comissão de Educação e Cultura do Senado determina, entre outros pontos, uma cota de 40% para ingressos vendidos como meia-entrada.


“Eu entendo que o PL está um pouco confuso, é preciso aprofundar um pouco mais o debate. Está muito pouco claro como ele vai funcionar e se o direito dos estudantes será resguardado. Da maneira como ele foi construído fica um pouco difícil visualizar que o estudante não será prejudicado”, argumentou.


A questão da centralização da emissão de carteiras estudantis e da fiscalização de documentos falsos, na opinião de Haddad, ficou “mal desenhada no projeto”. Segundo ele, a Medida Provisória 2208 de 2001, que hoje regula a meia-entrada estudantil, restringe o acesso à cultura pois permite um excesso de carteirinhas, o que puxa o preço dos ingressos para cima. A MP desobrigou o estudante a apresentar a carteira nacional da UNE e tornou válido qualquer documento que comprove que a pessoa é estudante.


“Acho que o Congresso fez bem em avançar o debate e tentar resolver um problema que não foi criado agora, mas em 2001 pela MP 2208. Foi ela que desorganizou todo o setor, vamos ser francos. O passo que foi dado contempla um lado da questão, que são os produtores que querem ver uma regra estabelecida. Do meu ponto de vista, agora a questão do direito dos estudantes precisa de aperfeiçoamento” avaliou.


UNE


A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, reafirmou que a configuração atual do projeto é “absolutamente nociva” aos estudantes. “Ele nasceu de forma positiva, com pontos que nós ajudamos a propor e elaborar, mas na formulação final retirou o problema central que é o grande número de falsificações de carteiras estudantis. Tudo que havia registrado nele que tratava da regulamentação foi retirado e só sobrou a limitação do nosso direito.”


Lúcia afirmou que o projeto foi aprovado na Comissão do Senado em função da pressão do “lobby da cultura”, incluindo “atores globais” e empresários do setor.


“Nós estamos atuando dentro da política, queremos que os senadores da Comissão de Educação consigam alterar esse projeto e melhorá-lo, colocando de volta o que diz respeito à unificação das carteiras e retirando as cotas. Caso sejamos derrotados, continuaremos nossa luta na Câmara”, prometeu.

Caravana de Saúde encerra com debate na UnB

Último debate da Caravana reúne ministros da Educação e Cultura na UnB

Estiveram presentes também a presidente da UNE, Lúcia Stumpf; o secretário Nacional de Juventude, Beto Cury; o representante do Ministério da Saúde, Francisco Campos; o presidente do Conjuve, Danilo Moreira e o vice-reitor da UnB, João Batista

Logo após a audiência com o presidente Lula, os caravaneiros seguiram rumo ao auditório 9 da UnB para o último debate da expedição. De carona no ônibus que percorreu mais de 30 mil quilômetros por todo o Brasil, o ministro da Educação, Fernando Haddad, o ministro da Cultura, Juca Ferreira e o Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury.

No trajeto, os caravaneiros conversaram com as autoridades sobre os temas que permearam o debate que aconteceu em seguida, como a meia-entrada, ampliação das universidades públicas e regulamentação do ensino superior, além de um balanço sobre o que a Caravana encontrou pelo País.

Já na UnB. a presidente da UNE abriu o debate saudando todos os caravaneiros pelo trabalho e reforçou a grandiosidade e ineditismo da iniciativa. "Foram mais de cem dias na estrada; passamos por mais de 30 universidades, 165 mil estudantes participaram de nossas atividades, disponibilizamos cerca de 2 mil testes de HIV, realizamos 57 debates. Nesse período ouvimos a opinião dos estudantes brasileiros sobre temas que circundam nosso universo, como drogas e aborto, entre outros, e que será refletida em nossa pesquisa comportamental", adiantou.

"É emblemática a presença dos caravaneiros da UNE aqui na UnB. É um marco para nós receber o encerramento de uma expedição inédita e tão relevante para a juventude deste País", saudou o vice-reitor da universidade, professor João Batista.

O Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, reafirmou a declaração de Lúcia, parabenizando a escolha da temática. "O tripé: saúde, educação e cultura é fundamental para a formação dos jovens e para a construção de um Brasil soberano e desenvolvido".

"Saúdo o fim desta caravana por seu significado histórico", disse o ministro da Educação, Fernando Haddad. "Vocês resgataram a unidade desses temas baseados na interdisciplinaridade. Viemos ao encontro da UNE e acolhemos as reivindicações dos estudantes, que são legitimas, como a questão da ampliação às universidades públicas e combate à desnacionalização da Educação, pontos importantes no que diz respeito ao ensino levantados durante a Caravana".

Danilo Moreira, presidente do Conjuve, assinou embaixo. "A Caravana da UNE renova uma tradição. Tradição do movimento estudantil de passar em sala de aula. Os contatos nas universidades foram instrumentos mantidos e revigorados com esta iniciativa. A UNE mais uma vez se renova, levando questões de saúde, comportamento juvenil e de políticas públicas para serem debatidas sob a ótica da juventude, dentro de seu espaço, a universidade".

Sobre a cultura, item fundamental nesta Caravana, Juca Ferreira foi enfático quando finalizou: "O Estado deve prever condições de acesso à cultura para todos. Tratamos cultura como fato simbólico, direito de cidadania e parte importante da economia. As entidades estudantis constroem em parceira com o Ministério o conceito de fomento à cultura. Só assim poderemos assegurar o acesso a bens culturais. A carteira do estudante cumpre esse papel e, por isso, é preciso extinguir de vez a MP 2208/01, que desregulamentou a emissão do documento. Além disso, saúdo aqui a idéia de um documento único emitido pela Casa da Moeda".

E hoje ainda tem Caravana na UnB. No período da tarde acontecem oficinas de circo, exibições de filmes, intervenções artísticas, apresentações culturais, exposição dos projetos de extensão da UnB, vinculados à Saúde, além da realização de pesquisa qualitativa sobre o perfil dos estudantes universitários. As ações de Ssaúde, promovidas pelo Ministério da Saúde, também constarão da programação. À meia-noite, será o encerramento cultural, com a apresentação da banda Nação Zumbi.

Caravana em números

28 caravaneiros.

27,5 mil km percorridos até Brasília, com 32 km que serão completados até SP.

109 dias de viagem.

Mais de 30 universidades.

26 Estados do Brasil mais o Distrito Federal.

57 debates.

165 mil pessoas participaram de, no mínimo, uma atividade da Caravana.

1600 testes rápidos de HIV, com sete casos positivos (BA - 1; PB - 2; MS - 1; RJ – 1; MA – 1; ES - 1).

2000 pessoas se vacinaram contra a rubéola.

Mais de 400 doações de sangue.

Cerca de 800 pessoas se cadastraram para doação de medula óssea


Fonte: Estudantenet

Senado aprova projeto com cotas e a meia-entrada é ameaçada

senadoNa tarde desta terça feira, ignorando os apelos das lideranças estudantis, a Comissão de Educação do Senado aprovou a proposta de regulamentação que estabele cotas de 40% dos ingressos para a meia-entrada.

A medida, proposta pelo senador tucano Eduardo Azeredo e mantida no substitutivo de Marisa Serrano, sua companheira de partido, na prática pode significar a supressão do direito dos estudantes, já que a fiscalização do respeito às cotas é inviável.

Para Lúcia Stumpf, presidente da UNE, "a experiência nos mostra que, nos municípios onde há o sistema de cotas, elas não são asseguradas aos estudantes. Isto porque a fiscalização é impossível. O próprio setor do empresariado cultural e artístico admite que não há meios de assegurar o respeito às cotas de meia-entrada".

O movimento estudantil quer ampliar o debate sobre o projeto e deve propor, por intermédio do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que o projeto vá ao plenário da Casa para votação.

Com informações do estudanet

DCE da UFPI apresenta a Novidade

A chapa "Saudações a quem tem coragem", com participação do Movimento Da Unidade vai nascer a Novidade, obteve 1.884 votos e venceu as eleições para o DCE da Universidade Federal do Piauí (UFPI), derrotando a chapa "Quem sabe faz a hora" (1.474 votos), ligada ao PSTU.

Os jovens venceram o processo eleitoral, realizado nos dias 19 e 20 de novembro, com a proposta de atender as necessidades dos estudantes, abrir canais de comunicação com a reitoria e, principalmente, levar o movimento estudantil para além do campus universitário.

A ampla chapa, composta por 53 estudantes de todos os centros de ensino da universidade, mobilizou a todos. A diversificação de atuação vai garantir o contato com todos os cursos oferecidos na instituição. "Pensamos numa pluralidade. O DCE deve ser um espelho desta diversidade que existe na UFI. Os membros da chapa são pessoas que, a partir de sua vivência cotidiana em cada curso, podem apontar os problemas e as soluções para tentar transformar realidade da universidade", argumentou Cássio Borges, Diretor da UNE e futuro coordenador de Planejamento do DCE.

Uma das preocupações é o pouco interesse dos estudantes da universidades em atividades do gênero. Dos mais de 15 mil alunos da UFPI em Teresina, apenas 3.358 participaram do processo eleitoral.

Cássio Borges atribui o desinteresse nas eleições do DCE, ao distanciamento do DCE com os estudantes na última gestão. Segundo ele, o DCE é visto por parte dos jovens apenas como órgão que confecciona a carteira de estudante. "Falta envolvimento com os estudantes".

Os membros da chapa vencedora fizeram oposição à atual gestão e prometem mudar a atuação e a imagem do Diretório. "O DCE é um mediador dentro da UFPI, representa o ponto de vista do estudante sobre a universidade", explica o jovem.

Para o próximo coordenador de Formação Política da entidade, Everton Feitosa, "falta conectividade entre o DCE e a realidade dos estudantes. O diretório esteve longe da luta dos estudantes".

Sobre a atuação mais ampla do movimento estudantil, Cássio Borges enfatizou que a pesquisa e a extensão na Universidade devem ser pautada nas demandas sociais. "A luta não vai se restringir dentro da universidade, vai se somar a uma luta do movimento estudantil para mudar a vida de uma forma geral. O papel do movimento é transformar a sociedade e o país".

Entre as prioridades da nova gestão está o debate sobre a Reforma Universitária. "Nossa chapa vai defender uma reforma que sirva para os interesses dos estudantes. Universidade Pública gratuita e de qualidade, que valorize ensino, pesquisa e extensão. Financiada com recursos públicos e autonomia universitária", defendeu Everton.

A Comissão Eleitoral tem a partir das eleições, 15 dias para convocar o Conselho de Entidade de Base, formado pelos Centros Acadêmicos, para que seja empossada a nova Chapa.

Do Piauí, Ismael Oliveira

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Pega fogo a mobilização para o Coneb e a Bienal da UNE



Da unidade vai nascer a novidadeAs aulas estão nas últimas semanas e a mobilização para o Coneb e a Bienal da UNE está pegando fogo. Em todos os estados os integrantes do movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade devem aproveitar esses próximos dias para visitar os Centros Acadêmicos e debater as idéias do movimento para transformar a universidade brasileira.

Para não ter vacilos quanto à documentação das entidades, no dia 30 de novembro o movimento vai fazer seu pré-credenciamento nacional. Por isso, a meta é ter em mãos as atas de eleição e posse dos CAs, a ata de indicação do delegado e o documento do mesmo até esse dia.

Ao mesmo tempo, a galera deve realizar atividades de apresentação da tese para todos os delegados, pois isso, além de comprometer ainda mais o estudante com a atividade, vai garantir que o Coneb cumpra o objetivo de formular as propostas do movimento estudantil para a educação e para o país.

Também é importante casar a mobilização das entidades com a inscrição de trabalhos para a Bienal da UNE, cujo prazo de inscrição termina dia 4 de dezembro.

Abaixo, segue a síntese da tese do movimento Da UNidade Vai Nascer a Novidade para o 12º Conselho Nacional de Entidades da UNE. Visite tembém o blog do movimento (www.vainasceranovidade.blogspot.com) e envie suas propostas.

Para baixar o PDF da tese clique nos links abaixo:

Parte 1

Parte 2

O movimento "Da Unidade vai nascer a Novidade"

O mês de novembro marca o lançamento do movimento "Da Unidade Vai Nascer a Novidade", que integrará na construção do Coneb da UNE. A proposta de tese do movimento começa a ser disponibilizada pela internet e remetida aos estados nos próximos dias.

A intenção agora é ampliar a mobilização de entidades, que já acontece em todo o Brasil, e debater as propostas com estudantes independentes e potenciais aliados de outras correntes políticas para agregar força ao movimento.

Veja abaixo entrevista com Márcio Cabral, diretor de movimento estudantil universitário da UJS:

Fale um pouco sobre o movimento "Da Unidade Vai Nascer a Novidade" e a mensagem que ele procura passar.

MC: Vamos propor para os estudantes universitários o movimento "Da Unidade Vai Nascer a Novidade", nome inspirado numa linda música do Gonzaguinha regravada pela Maria Rita. Acho que esse nome tem tudo a ver com a conjuntura política e aponta perspectivas.

Veja só: o neoliberalismo vive uma crise gravíssima que tem origem nos EUA. Quem aponta a saída da crise são justamente os países que têm questionado as políticas neoliberais. As nações em desenvolvimento, que não caíram na cantilena de que o mercado se auto-regula.

São esses países que apontam para o desenvolvimento, para o enfrentamento aos especuladores, para a garantia dos direitos sociais, para a geração de empregos, para os investimentos em políticas sociais. Em última análise, a crise mostra que o neoliberalismo fracassou e nós, que o combatemos, vamos vencer, pois a união dessas nações pode trazer a novidade, um mundo novo. E o Brasil e outros países da América Latina estão engajados na construção desse mundo novo.

E qual a correspondência dessa "novidade" para a educação?

MC: Na educação a palavra chave, a novidade é democracia. A democracia no sentido amplo, que abra a universidade aos interesses da nossa nação e do nosso povo. Teremos em 2010 um Conferência Nacional para construir o Plano Nacional de Educação que vai vigorar de 2011 a 2020, portanto é um momento de luta política que pode efetivamente trazer uma nova concepção para a universidade.

Por isso, o movimento "Da Unidade Vai Nascer a Novidade" vai chamar os CAs para um grande debate educacional, pautado numa radical ampliação do acesso com garantia de qualidade, com garantia de financiamento público. Queremos pelo menos 50% de vagas no ensino superior gratuito até 2020, entre vagas em universidades públicas e no ProUni. É preciso também resolver o problema da permanência do estudante, para o que propomos a criação de um Fundo Nacional de Assistência Estudantil.

Também queremos democratizar a estrutura acadêmica, reestruturação curricular e do corpo docente. Queremos paridade de representação, instituição do Ciclo Básico e fortalecimento da pesquisa e da extensão.

E tem mais. É preciso que se regulamente o ensino privado a partir da concepção de que a educação é serviço público, embora nesse caso em regime de concessão. Mas o princípio é de atender à necessidade pública. Por isso, o ensino deve ter qualidade, não pode ter capital estrangeiro porque é ofensivo à soberania do país. Tem que ter mensalidade justa e tem que haver punição a quem trata a educação como mercadoria, como aconteceu no absurdo caso do SPC da Educação.

Qual a expectativa para o Coneb?

MC: Temos as melhores expectativas. Do ponto de vista político, o movimento estudantil universitário tem demonstrado força, tanto através das ocupações de reitorias na públicas quanto pela maior organização de entidades nas instituições privadas. Além disso, o movimento "Da Unidade Vai Nascer a Novidade" pretende fazer uma ampla aliança, a partir de muito debate de propostas, para lutarmos todos por uma universidade capaz de responder aos anseios da sociedade e do país.

O Coneb também pode ser compreendido como um início de construção do Congresso da UNE. Por isso, nosso movimento vai dialogar com Centro Acadêmicos em todo o Brasil, especialmente os organizados nas maiores universidades e nos centros políticos.