terça-feira, 5 de maio de 2009

UNE realiza encontro de mulheres estudantes

O 3° Encontro de Mulheres Estudantes (EME) reuniu 250 universitárias de todo o país em Belo Horizonte (MG), de 1º a 3 de maio. As jovens foram unânimes em denunciar a presença do machismo no movimento estudantil. Em nota de repúdio à violência de gênero, as universitárias exigem que casos relatados sejam apurados pela UNE e que prevejam punições a agressores — da censura pública a inelegibilidade nos fóruns da entidade. Resoluções do encontro devem ser referendadas no próximo congresso da entidade.

Apesar das divergências de opinião entre as diversas correntes estudantis presentes no evento, as estudantes aprovaram por consenso uma carta que deverá nortear a política da entidade para as mulheres no próximo período, além da nota de repúdio à violência de gênero.

No documento, as universitárias apontaram para a necessidade de superação do machismo com políticas específicas para as mulheres universitárias, desde a assistência estudantil à produção do conhecimento acadêmico, e reafirmaram a política de cotas mínimas de 30% de mulheres nas direções das entidades estudantis.

As participantes do encontro discutiram ainda a importância que terão para as mulheres a Conferência Nacional de Educação e a Conferência Nacional de Comunicação, a crise financeira e a necessidade da legalização do aborto. Para a presidente da entidade, Lúcia Stumpf, “o movimento estudantil reflete o machismo presente em nossa sociedade e na universidade.

Por ser também um espaço de poder, as disputas muitas vezes extrapolam o debate político e resvalam na violência sexista, física ou moral. O EME da UNE serve como impulsionador da auto-organização das mulheres, que precisam ser as primeiras a se indignar com a reprodução da violência de gênero dentro do ME.”


Além da deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) e Elizabeth Saar (da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres), marcaram presença na programação entidades feministas — União Brasileira de Mulheres, Macha Mundial das Mulheres e Confederação de Mulheres do Brasil — e CUT.

De Belo Horizonte,
Mariana Venturini

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